quarta-feira, 27 de abril de 2011

Easy Game - Cap. 02: Preflop Hand Ranges and Postflop Equities

O autor comenta que um leak que grande parte dos jogadores aos quais o mesmo prestou coach é não pensar sobre o posflop. O autor comenta que não devemos fazer um raise preflop apenas porque nossa mão provavelmente está na frente do range do vilão, mas temos que pensar como esta mesma mão se comporta no posflop. Qual é sua equidade (chance de vitória)?

Uma das requisições mais pedidas pelos alunos é uma ajuda para melhorar o ganho sem showdoown. A dificuldade que a maioria dos jogadores tem em fazer dinheiro sem ir para o showdown surge da inabilidade de jogar um preflop bem formulado que seja coeso com sua estratégia geral posflop. Existe uma lacuna entre o plano preflop e o posflop. Em resumo, eles não estão pensando sobre equidade.

O autor reforça que o pensamento de dar um raise com uma mão marginal, com o intuido de levar os blinds pode levar o jogador a spots extremamente não-lucrativos. Dado o tamanho do pote podemos ficar tentados a fazer uma c-bet na qual também tomamos call e por ai vai. Para evitar esse tipo de erro devemos escolher mãos que possuem boa equidade posflop.

Quais mãos possuem boa equidade no posflop?

1) Cartas de mesmo naipe (suited cards): as pessoas reagem comentando que a possibildiade de realmente fazer um flush é relativametne pequena, mas pensando em equidade, uma mão com A6s tem 100% de equidade quando o flop vem com as 3 cartas no mesmo naipe das hole cards. Se no flop vem duas cartas com o mesmo naipe das hole cards temos 50% de equidade comparado com 15% das mesmas cartas offsuited. Se no flop vem uma única carta do mesmo naipe, nos apostamos e tomamos call e o turn apresenta mais uma carta com o naipe da nossa mão. A6s tem agora 12 outs e A6o tem 3. Com essa equidade extra, nós podemos permanecer agressivos.

2) Cartas altas: quando a carta alta vem no flop, provavelmente temos a melhor mão. Mas mesmo quando não acertamos nada (maior parte das vezes) ainda temos 6 outs. Frequentemente é suficiente para continuarmos agressivos.

3) Cartas conectadas : também proveem equidade mas não tão significante quanto as cartas do mesmo naipe. Tem a vantagem dos straights serem estarem entre as mãos mais bem disfarçadas do jogo, mas também possuem muitas desvantagens: se houver um flush draw, a mão perde muita força. A nova carta pode ser de grande ajuda para o oponente.

Entendendo isso tudo vemos que uma mão como A3s é extremamente forte, misturando suited value, high card value, e connecting value. Na verdade, A2s-A5s são geralmente mais fortes que A6s-A9s já que a carta extra de conexão mais que compensa a carta alta extra.

Utilizando agressão mais equidade nos torna jogadores difíceis de ler e com maior probabilidade de vitória.

Easy Game - Cap. 01: Razões para apostar

O autor aponta 3 motivos como razões para apostar e considera que informação (apostar para saber onde estamos) e proteção (evitar que nossa mão perca força com a free card) são na verdade efeitos colaterais dos 3 motivos propostos.

1) Valor: apostar para tomar call ou raise de uma mão pior. Apostar apenas porque provavelmente você tem a melhor mão não é suficiente.
2) Blefe: apostar para fazer uma mão melhor dar fold. Apostar apenas porque você não tem outra maneira de ganhar não é suficiente para apostar como um blefe.

Esses dois pontos recaem sobre erros que os nossos oponentes cometem - ou dar muitos calls ou dar muitos folds. É da natureza humana dar muitos calls. Somos seres curiosos e queremos saber o que o oponente segura, qual é a proxima carta, se vamos conseguir ou não o nosso draw.

Entretando a razão 1 deve dominar nossas apostas. Aposta por valor, é, foi e será a melhor forma de fazer dinheiro. Em stakes baixo, digamos, NL25 para baixo, a razão 2 se torna mais ou menos inútil pela quantidade de gente dando muitos calls nas mesas. Já no NL5000, quase todos serão bons suficientes para não pagar tanto as apostas por valor então a razão 1 diminui em importancia e a razão 2 aumenta. E por fim a razão 3:

3) Capitalização de Dinheiro Morto: definido como fazer o oponente foldar, tendo a pior ou melhor mão e coletar o dinheiro no pote. Podemos pensar em fazer o oponente desistir do pouco de equidade que ele tem no pote, mas isso não costuma dar muito certo contra oponentes que costumam blefar ou dar muitos calls. Outro ponto é que o dinheiro no pote deve compensar pelas vezes que tomamos call e perdemos. Mas essa quase nunca  é a razão primária para se apostar.

O autor motiva os jogadores a sempre se perguntarem os motivos de suas apostas para que joguem de forma mais consistente.

Estatísticas - Definição/Utilização

Esse post será dedicado as estatísticas utilizadas na HUD. Aqui irei comentar a definição das estatísticas mais importantes e como a forma como essa informação pode ser utilizada. Esse post será atualizado a medida que eu for lendo/adotando as estatísticas.

-VPIP (Voluntarely put in the pot): percentual de vezes que o jogador coloca dinheiro no pote voluntariamente, pré-flop. Interessante para entender qual o range de mãos que o oponente utiliza. Colocar o big/small não entra nessa estatística, já que não é uma ação voluntária. Valor identifica jogadores que vêem mais/menos flops. Quão maior o VPIP, maior a tendência do jogador ter uma mão fraca/que não vai melhorar no flop. Aqui entram os limps/calls/raises pré-flops.

-PFR (Pre-flop Raise): é percentual de vezes que o jogador faz um raise pré-flop. É um subconjunto do VPIP.
Para quem joga big-stack, é comum ter um VPIP entre 10-28 (indo de um jogador tight a jogadores mais looses). O PFR deve acompanhar o valor do VPIP. É comum aconselhável/comum que o VPIP sempre ficar no máximo 5 pontos maior do que o PFR(para VPIPs acima de 25... essa diferença deve ir diminuindo a medida que o VPIP baixa). Quando o VPIP é mais baixo, essa diferença deve diminuir (você entra poucas vezes, mas a tendência é que você entre com raises). A partir de 5K, 10K mãos essa diferença deve está chegando nesse padrão de no máximo 5 pontos de diferença.
-AF(Agression Factor): indica quão agressivo é um jogado. É calculado da seguinte forma: (Raise% + Bet%) / Call%. É um valor relativo. É o percentual de vezes que um jogador da raises/bets em relação aos calls.  
Exemplo 01: Um jogador com VPIP = 40 e um AF = 3. É um jogador extremamente agressivo, mesmo com mãos fracas/médias (alto VPIP) ele mantém uma taxa de bets e raises muito mais alta em relação aos seus calls. Se dois jogadores tem o mesmo AF o jogador de maior VPIP maior é o mais agressivo. O jogador de VPIP maior deveria ter seu AF menor para ter a mesma agressividade do jogador de VPIP menor.
Exemplo 02: Um jogador de AF = 1 (a soma de seus bets e raises é igual a quantidade de calls) é um jogador agressivo? Observando apenas o AF não tem como afirmar isso. Se ele tem um VPIP de 15 ele é um jogador passivo, se ele tem um VPIP de 80 ele é agressivo.
 Quando o AF é infinito é porque das vezes que o jogador decidiu jogar, ele não deu nenhum call, foram bets ou raises. Não há como afirmar se um jogador é agressivo ou passivo observando apenas o AF, ele deve ser considerado em conjunto com o VPIP e as outras stats.
-WTS (Went to showdown): é a porcentagem de vezes que o jogador viu o flop e foi para o showdown. Jogador com um WTS alto (acima de 30) a tendência é que ele vá no showdown com mãos mais fracas (3º par/2º par bom kicker...).  Por exemplo, se você está fora de posição contra um jogador de WTS alto, vale a pena fazer value-bet com seu top-pair/top-kicker que esse tipo de jogador irá dar call. Ele é um jogador que tente a pagar as apostas no flop/turn/river, deve-se jogar com valor(blefar quase nunca) contra esse oponente. Se você tem air no flop, esse é um jogador que você tende a utilizar menos c-bet. Fazer bet fora de posição com seu top-pair nas várias streets faz bastante sentido contra esse jogador.
Um VPIP alto vai junto com o WTS vai mostrar a força das mãos que o jogador chega no showdown.

-W$SD (Win at showdown): é percentual de vezes que o jogador foi no showdown e venceu. É um percentual relativo ao WTS. Se pensarmos um jogador com WTS= 10. A tendência é que ele tenha um W$SD muito alta, porque ele vai no showdown apenas com mãos muito fortes.
Se o jogador tem W$SD alto e ele está fazendo bet no river, junto com um WTS baixo é um jogador que provavelmente tem uma mão boa no river. Apostar com air para tirá-lo do pote não faz tanto sentido. Se ele vem muito pouco ao showdown, mas já pagou o flop e o turn, é muito provável que ele também pague o river.

Hands: quantidade de mãos registradas para esse jogador que dão base a suas estatísticas. Esse número é quem define o quão confiável são as outras estatísticas. O ideal é que se comece a confiar nas estatísticas a partir de 100 mãos.  Mesmo com uma quantidade de mãos menor que 100, as estatísticas podem indicar uma tendência e pode ser levada em conta mesmo que de forma menos confiável.